Cantos e contos nas Casas do Visconde

Existem locais que são referentes para a nossa vida, a partir deles poderemos sempre tirar azimutes para a navegação. As Casas do Visconde são um desses lugares onde nos conferimos. Lugar também de encontros com gente de quem gostamos e acompanhamos o percurso, gente que nos dá esta sensação fantástica (previlégio) de sermos seus contemporâneos. Lira e Pitum, guardiões do espaço, promotores de encontros frutuosos, assim só pelo prazer de comunicar e partilhar. E o resultado foi aquele a que assistimos no dia 24 de Julho, a propósito da “Festa da família” (Paróquia de Canas de Senhorim) juntou-se um bom grupo de pessoas para almoçar (e bem!) e escutar contos e cantos. Sob a sombra dos plátanos escutámos o coro da Casa da Achada, canto genuíno a lembrar que a resiliência em festa faz sentido no Portugal de hoje. Foi com agrado que voltei a encontrar a Eduarda Dionísio, alma deste projecto que se construiu em torno da obra e do homem: Mário Dionísio. Deu-me um prazer especial o momento de encontro entre os donos da casa e Cristina Taquelim: a linguagem é a mesma e suspeito de uma coincidência de pontos de vista sobre este estar no nosso país. Numa sessão de contos partilhada, Cristina brindou-nos com a “Ti miséria”, história que não deixou ninguém indiferente. Bem li o brilho no olhar do padre Nuno e na comoção noutros espectadores. Através da Contadora, são todas as mulheres que a antecederam que falam, com a riqueza própria da nossa tradição oral, trazendo a morte, o desejo ou o riso na toada falada das suas histórias. Aqui vos deixo algumas imagens da bela tarde passada lá em Canas de Senhorim. “E bendito e louvado, está este conto terminado”.

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