Casa das histórias - Paula Rego - 24 de Julho

Pois eu entrei na “Casa das histórias” de Paula Rego com uma candeia na mão, levando ao colo a boneca “Emília”. Entrei inquieto, não é todos os dias que se contam histórias na frente daquelas telas intrigantes e belamente cruas… Ainda por cima a convite de duas mulheres muito importantes no meu percurso de mediador nos museus: Adriana Pardal e Sara Barriga. Trouxe o contador de histórias e o pintor comigo, conduzindo a abordagem das obras para um terreno mais fluido, de contornos por vezes menos definidos. Relacionar o exposto com o dito de forma criativa deixando o lato respirar…Espero bem que tenha sido do agrado de quem visitou o museu naquele dia e que outros horizontes se tenham aberto com as minhas palavras de contador.
Na primeira sala convidei dois personagens cabo-verdianos a comentar as telas povoadas por estranhas criaturas, terminando com o Hip pop “Bichos” (Gimba). A boneca “Emília” conduziu o público para a segunda sala onde, a pretexto de “Pillowman”, se falou do universo criador de Monteiro Lobato, escritor brasileiro, também ele aglutinador de diferentes histórias corporizadas em livro, tal e qual Paula Rego que as reúne sobre papel e tela. Dei corpo à grande festa no “Sítio do picapau amarelo” ("As reinações de Narizinho") onde o “pequeno polegar” congeminava uma revolta das personagens encarceradas nos livros, enquanto as criaturas do mundo encantado iam convivendo, manifestando as suas peculiaridades. A propósito da obra “Love”, não resisti a contar “Não há fumo sem fogo” do meu livro “Dacoli e dacolá”. Na sessão da noite ainda abordei “O crime do padre Amaro” mas de uma forma muito suave, pois apareceram duas crianças para o conto nocturno e tive que refrear o anjo vingador que saía da obra de Paula Rego para corrigir a desordem amorosa no nosso mundo. Para os mais pequenos terminei a sessão com “O príncipe teimoso”: Caganita!
E bendito e louvado, está este conto terminado…

Aqui fica a opinião (retirada do Facebook) de Carla Proença, companheira das bibliotecas: "Era uma vez uma boneca, uma lanterna, um contador e uma Casa recheadinha de Histórias, pintadas em tela: as que já lá moram e as que o Miguel, entretanto, entreteceu como quem, naturalmente, acrescenta novas telas ou partilha vida e cor com as que já lá estão, ao som dos tons e dos ritmos quentes da Lusofonia, dos valores e dos sentimentos com que faz de questão de se apresentar sempre... Parabéns pelo excelente serão e pelo brilhinho nos olhos que deixou a todos os que estiveram presentes... :))"

Comentários

  1. Sensibilizada, Miguel... :))

    Haja muitas mais ocasiões, tempos e lugares para os encantamentos de crianças grandes e pequenas, se "pelo sonho é que vamos" ou gostaríamos de ir :)).

    Beijinhos,
    Carla Proença

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  2. :) Agora aproxima-se o grande lugar do encantamento: Andarilhas 2010!

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