Prémio Professor Jorge da Silva Horta


JORGE AUGUSTO DA SILVA HORTA

O Prof. Jorge da Silva Horta nasceu em Lisboa a 23-XII-1907 e faleceu, na mesma cidade, a 31-XII-1989.
Licenciou-se em Medicina em 1932, e fez o Internato nos HCL.
Iniciou a sua carreira em Patologia Clínica, chegando a ser Chefe do Laboratório da Clínica Cirúrgica do Hospital de Santa Marta (1934).
Doutorou-se em Medicina em 1940.
Foi Chefe do Laboratório do Hospital Militar do Faial (1941), e montou o Serviço de Análises de Águas do Faial (1942).
Foi Professor Agregado de Anatomia Patológica e Patologia Geral (FML) em 1943; Professor Extraordinário de Anatomia Patológica de 1945 a 1948, e Professor Catedrático de Anatomia Patológica em 1948. Foi colaborador do Prof. Wolhwill.
Ocupou o cargo de Professor Bibliotecário de 1948 a 1954.
Foi Diretor Interino do Instituto de Medicina Legal (1949-54).
De 1955 a 1960 ocupou o cargo de Diretor da Faculdade de Medicina de Lisboa.
O Prof. Jorge Horta foi Bastonário da Ordem dos Médicos de 1956 a 1962, Sócio da Academia das Ciências de Lisboa (1959), e Presidente da Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa, de 1969 a 1976.
Foi Diretor do Instituto de Anatomia Patológica de 1966 a 1979, e fundador da Sociedade Portuguesa de Anatomia Patológica.
O Prof. Jorge Horta foi um notável professor com excelentes qualidades didáticas, muito apreciadas pelos estudantes de Medicina e pelos jovens médicos, com os quais, aliás, manteve sempre um bom relacionamento, seja na qualidade de Diretor da FML, quer como Bastonário da OM.
Teve um papel relevante no eclodir, no seio da Ordem, do chamado Movimento dos Novos (1953-61), movimento de jovens médicos que se estendeu a todo o país e desencadeou o processo que culminou no Relatório Final sobre as Carreiras Médicas. Este importante documento, concluído em 2 de Maio de 1961, foi assinado, entre outros, pelo Prof. Jorge Horta, como Bastonário e Presidente da Comissão, e pelo Prof. Miller Guerra, como relator. O Relatório foi aprovado numa memorável Assembleia Geral da OM de17 de Junho de 1961.
O Prof. Jorge Horta defendeu, nos anos 60, alguns estudantes de Medicina presos e levados a Tribunal Plenário.
Como Presidente da Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa, o Prof. Jorge Horta proferiu, na abertura do ano 71/72, um importante e corajoso discurso (14-XII-1971), intitulado “Em épocas de Crise”. A certo passo, e dirigindo-se ao Prof. Miller Guerra, que se havia demitido recentemente de Bastonário, em protesto contra a ação governamental de exoneração de 300 médicos, a mobilização dos Hospitais Civis e do Hospital Escolar de Lisboa, e a proibição de uma Assembleia Regional da OM, por si devidamente convocada, diz a célebre frase: “Eu, que já fui Bastonário da Ordem, em iguais circunstâncias, faria o que V.Exª fez”.
De entre as suas investigações, avulta o estudo sobre os efeitos das ações ionizantes, os tumores da cápsula suprarrenal, o hiperparatiróidismo experimental, a suberose, e a identificação da sustância amiloide (com Corino de Andrade).
Foi redator dos jornais Imprensa Médica e Amatus Lusitanus, e fez parte do Concelho Científico da Gazeta Médica Portuguesa, e da Direção Científica da Revista Luso-Espanhola de Endocrinologia e Nutrição.
Ao longo da vida recebeu vários prémios, como o Primeiro Prémio Pfizer (1956) e o Prémio Baron Portal da Academia de Medicina de Paris (1960), e a condecoração de Grande Oficial da Ordem de Instrução Pública (1979).


Comentários

Mensagens populares